segunda-feira, 31 de março de 2008
Pelo meio fio
Eu sigo sempre assim,
pelo meio fio.
De um lado loucos, monstros imaginários,
que de fato sempre me assombraram.
Do outro,
precipícios, buracos negros,
lugares nunca vistos, convidativos ao deserto.
Pra não sair da linha eu sigo assim,
pelo meio fio.
Passo por passo, mas sem medo de cair.
Assim conheço os mundos novos,
e toda a sua filosofia,
são universos espalhados pelas ruas.
O meio fio é a ponte
de um rio que corre sem fim.
(Cássio Almeida)
sábado, 29 de março de 2008
Olhos alheios
O que será que me vêem
os olhos alheios,
a distância observam
e conspiram.
O que será que me pensam
aqueles olhos distantes
que tão perto, não dizem nada.
O que será que me dizem
aqueles olhos fechados
queria eu que nunca se fechassem.
Será o mesmo olhar meu
que sem saber me entrega.
Há um choque de olhares
em todo o lugar.
E se confrontam, e se tocam,
e se imaginam.
Olhares múltiplos,
que também podem ferir,
o olhar também feri.
Mas nem se preocupe,
um olhar também vai te curar.
Mas olhar divino mesmo,
os que não possuem olhar.
Enxergam com as mãos e com o som.
E não importa o olhar.
Pois no final o que vai contar mesmo
é o olhar que nos chega ao coração.
(Cássio Almeida)
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