domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quando o tudo é nada



Diante de mim, a vida.
E eu à tenho, e eu à vivo,
com toda força, sem pressa,
pois o tempo e todo seu tempo,
eu tenho.
E eu tenho o sorriso estampado na cara
mas também tenho as lágrimas
que sempre caem na hora certa.
Eu tenho lembranças infinitas
guardo tudo, e vou lembrando ao passo do passar
e choro a lágrima que guardei pra ti.
Eu tenho o coração gigante
que cabem todos, e mais, e mais,
e vão chegando, e não param de chegar
e vão pulsando o sangue que me faz viver
e nem percebem, que o combustivel da vida
é cada uma das pessoas que eu guardo.
Eu tenho olhos que avistam tudo
o que me rodeia, e o que nem aparece à vista
avisto o horizonte subentendido,
e as entrelinhas do olhar até o toque.
Mas finjo que não vi, o que ás vezes nos cega.
Eu tenho energia de sobra para brincar com a vida
andar por aí sem rumo,
tomar um banho de chuva,
rir até que doa a barriga,
jogar uma conversa fora,
refletir em frente ao mar,
ficar em volta da fogueira,
a lua, o violão e nós...
A energia que me falta
é apenas a preguiça de ter que acordar no inverno,
é o pecado que mais cometo.
Eu tenho a melhor mãe do mundo (que nem todo mundo),
e irmãos que são parte de mim.
Eu tenho uma vontade de conhecer a Nova Zelândia,
e o resto do mundo também.
E vontade não me falta
de conhecer o mundo do ser.
Se eu pudesse imaginar o que as pessoas sentem
talvez eu não tivesse vontade de descobrir,
mas eu tenho.

Eu tenho tudo,
mas não tenho o que eu quero.
O porque eu não sei,
sempre acho que faço tudo certo.

Talvez eu tenha que fingir
e deixar tudo ao senhor do tempo
e ter que ver mais uma vez
o fim da tarde chegar.
Pois eu tenho todo o amor do mundo
mas não sei se me têm.

(Cássio Almeida)