Eu gosto de você, e você não gosta de mim. Ela gosta de mim, mas eu não gosto dela. Parece que ela foi desenhada pra mim, e eu não esculpido pra você...
Ah se fosse simples! Mas o amor é uma ironia. O amor debocha e faz chacota do nosso coração a quem não entende as ironias do amor. Brinca e faz sofrer os corações mais desatentos e ingênuos, por não entender as desventuras do amor, por não perceber que o gosto e desgosto caminham juntos no longo e esburacado caminho.
Como entender certas coisas que vão além de um simples olhar de canto e um sorriso meio encabulado, à suspiros que se confundem com a brisa leve de um fim de tarde. O amor não se explica, o amor acontece. E quando acontecer, por si só já estará explicado, e você entenderá que tudo o que aconteceu é prefácio, era o índice para o que viria e se tornaria.
Mas não esqueça, o amor é uma ironia. Na física, lados opostos se atraem, mas no amor as coisas não funcionam bem assim, não importa o quão diferentes ou iguais sejam os lados, a atração vai muito além do que meros lados. Vai além das forças da natureza. O amor realmente prova a sua força, quebra leis da física, atravessa fronteiras entre o ódio e a dor, e amolece o mais duro dos corações.
No fundo, é só usar o próprio veneno como antídoto. O que nós precisamos na verdade é ironizar o amor, jogar o seu jogo, acreditar que sua ironia e suas armadilhas são somente partes do que é a brincadeira, que fazem parte do ritual, do verdadeiro caminho, que tudo é prefácio.
Só assim eu vou gostar de você, e você vai gostar de mim, ela vai gostar de mim e eu vou gostar de você. O desenho perfeito, esculpido na melhor das madeiras...
Que ironia, o amor se rendeu!
(Cássio Almeida)
Um comentário:
rsrsrrss que interessante, muito bom esse texto e uma verdade universal: o amor é irônico. tão universal essa verdade, que eu fui procurar uma foto para minha poesia e achei esse blog.
veja que coincidência:http://ummundodiferente-poesia.blogspot.com/2010/08/os-varios-sonhos-de-cecilia-cecilia.html
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