sábado, 16 de fevereiro de 2013

Prefácio do meu livro de crônicas, "TAÇAS DE VINHO E OLHA O QUE A GENTE FAZ!"


              TAÇAS DE VINHO E OLHA QUE A GENTE FAZ! 
. Preparo-me para escrever. Apanho uma taça, que em seguida se multiplicará aos meus olhos. Abro uma garrafa de vinho, preferencialmente uma garrafa de vinho tinto seco (preferencialmente qualquer tipo de vinho), e degusto com muito prazer. Como um enólogo, aprecio cada gota, mas não se preocupe, não sou daqueles que cheiram a rolha, deixo isso para os especialistas. Sou especialista somente em bebê-lo.
E impressiona-me como as palavras surgem do nada, vão nascendo, entreveram-se entre as linhas, às vezes uma por cima das outras, vão transbordando como o vinho em meio às taças, e o significado etílico que as palavras tomam, me levam a um mundo inacreditável, imenso, onde os meus olhos brilham e onde o horizonte se multiplica. Quais sentidos por entre as margens? Como explicá-las?
Tais palavras se misturam com o vinho derramado sobre as folhas, e chego a imaginar os “cronopios” de Cortázar, como um desenho fora da margem, como um poema sem rima.
O mundo das palavras é mágico, como acho mágico o ato de viver. Aprendo com cada momento vivido, e uso cada ensinamento que a vida nos trás (às vezes magnífico, às vezes doloroso) para transformar o mundo nem que seja um pouquinho. E não se damos conta que somos nós mesmos que mudamos.
E o que o vinho me ensinou, mesmo nas entrelinhas das garrafas fechadas, mesmo nos confins da infância, ensinou-me o valor de algumas coisas, que quero compartilhar com vocês. De um tropeçar na calçada quando criança às “viagens” inesquecíveis de um entardecer.
O mundo particular é tão imenso, que o meu escrever é apenas um grão de areia em meio ao deserto. Mas se for infinito descobri-lo, que seja infinito desvendá-lo.
A vida é bela, já diziam... Viver e beber da sua fonte, mais belo ainda.



2 comentários:

Felipe Argiles Silveira disse...

to ansioso por esse livro meu amigo!
lembro de um dia no tulia, dois guris meio borrachos conversando sobre poesia, no meio do frenesi de encontros ao redor.
Lembro de me admirar que tu escrevia, mas na verdade me admirava de ter alguem, que como eu, gostava das palavras...
Fui perdendo um pouco de inspiração no passar das horas, porém em cada poesia tua ela ressurge como se fosse ontem... Uma paixao na cabeça, um amor impossível, um lugar inesperado, o ar, o cheiro, o não saber mágico que inspira o poeta, e que no ultimo segundo encontra a palavra certa e fecha o poema de forma brilhante, o texto de maneira exata. Sem mais!
Sei que a rotina desmancha qualquer um...
Acho que teu talento é trazer-nos um pouquinho pra fora da caixa!
Com uma piada, uma história impossivelmente possível, uma crônica bem encaixada.
Teu talento é esse! Nos fazer sorrir, nos fazer pensar, nos fazer imaginar q pode ser um pouco diferente, basta querer!
Teu talento é colocar um sorriso nos nossos rostos!
Infelizmente descobri que o meu é fazer aquele estralo com a lingua! Sem mais Poeta!

Cássio Almeida disse...

Pô felipe, que isso, essas palavras vindas de ti me deixam muito feliz, muito feliz mesmo, até emocionado..

A gente tah junto nessa quase ao mesmo tempo, e eu sei a tua paixão pela arte das palavras também, por isso, talvez, mais importante ainda por ler tudo isso vindo de ti...

tu é foda pra caralho escrevendo também, o estralo da língua é mero detalhe, foda mesmo é o estralo da mente...

Abração amigo véio..