quinta-feira, 22 de julho de 2010

O agreste dos olhos


Os olhos secaram.
Todas as lágrimas de repente viraram pó,
gota por gota,
esvaíram-se como um fio d'água no solo seco.
O que era mar virou sertão.
Onde terá ido o rio que enchia o meu coração?
Foi desviado pra longe, bem longe, tão longe.
O brilho agora opaco dos olhos
pede e reza que volte logo o brilho claro e sereno
banhado pelas lágrimas.
Mas os olhos secaram.
O sol gastou todo o seu brilho pra rachar o solo onde piso.

O agreste dos olhos arde e queima fogo e chama...

Mas há de chorar,
como chuva em meio ao deserto,
pra de novo florir os campos
encher o mar e o coração
o rio encontrar o caminho,
e os olhos de novo brilharem
como um lindo dia de verão.

(Cássio Almeida)

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei, amor! Meu poeta preferido! ;)
TE AMO, meu lindo!

LFMEGA disse...

e aí cássio, da uma olhada no meu novo blog www.santavitoriaagora.blogspot.com
ta afim de escrever uma coluna semanal para mim?